A famosa “barriguinha” — comum principalmente entre homens acima dos 30 anos — não é apenas uma questão estética. O acúmulo de gordura na região abdominal é um dos fatores de maior risco para doenças graves, incluindo problemas cardiovasculares, diabetes e até alguns tipos de câncer. Por isso, especialistas alertam: observar o crescimento da cintura é tão importante quanto fazer exames de rotina.
Gordura visceral: a mais perigosa
Nos homens, o excesso de peso tende a se concentrar na parte central do corpo, formando a chamada gordura visceral — um tipo de gordura que fica ao redor de órgãos internos, como fígado, intestino e pâncreas.
Diferentemente da gordura subcutânea, que fica logo abaixo da pele, a visceral é metabolicamente ativa, liberando substâncias inflamatórias que prejudicam o funcionamento do organismo.
Isso eleva significativamente o risco de:
- Doenças cardíacas
- Pressão alta
- Resistência à insulina e diabetes tipo 2
- Esteatose hepática (gordura no fígado)
- Apneia do sono
- Redução nos níveis de testosterona
Por que isso acontece mais nos homens?
A distribuição de gordura no corpo é influenciada por fatores hormonais. Enquanto as mulheres costumam acumular gordura nas coxas e quadris, os homens concentram mais na região abdominal.
Além disso, hábitos como consumo frequente de álcool, alimentação rica em ultraprocessados e sedentarismo aceleram o processo.
Risco invisível: mesmo homens “magros” podem ter barriga perigosa
Um ponto importante é que a circunferência abdominal elevada pode aparecer mesmo em homens com peso normal. Isso acontece quando há pouca massa muscular e maior concentração de gordura interna — o chamado “magro com barriga”.
Nesse caso, o risco para o coração e para o metabolismo é comparável ao de pessoas com sobrepeso.
Os médicos recomendam atenção para medidas de cintura acima de:
- 94 cm: risco aumentado
- 102 cm ou mais: risco muito elevado para doenças metabólicas
Sinais de alerta
A barriga aumentada pode vir acompanhada de sintomas que merecem investigação médica, como:
- Cansaço excessivo
- Ronco intenso e pausas na respiração durante o sono
- Pressão alta
- Aumento da glicemia
- Desânimo ou queda na libido
Esses sinais podem indicar que a gordura abdominal já está afetando o funcionamento do organismo.
Como reduzir a barriga de forma saudável
A boa notícia é que mudanças simples e consistentes costumam trazer ótimos resultados:
1. Priorizar exercícios aeróbicos + musculação
O ideal é combinar caminhadas, corrida leve ou bicicleta com treinos de força para aumentar massa muscular.
2. Diminuir o consumo de álcool
A famosa “barriga de chope” tem relação direta com bebidas alcoólicas, que favorecem o acúmulo de gordura visceral.
3. Melhorar a alimentação
Mais frutas, verduras, proteínas magras e carboidratos naturais; menos frituras, fast food, embutidos e açúcar.
4. Dormir melhor
A falta de sono aumenta cortisol e facilita o ganho de peso abdominal.
5. Fazer exames regulares
Avaliação de fígado, glicemia, colesterol e triglicerídeos ajuda a identificar riscos precoces.
A barriga aumentada não é apenas um incômodo estético: ela é um marcador importante de saúde. Cuidar do abdômen é cuidar do coração, do metabolismo e da qualidade de vida. Pequenas mudanças de rotina fazem grande diferença — e quanto antes começar, melhor.
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