Cigarro eletrônico: moda perigosa que ameaça a saúde de jovens e adultos

Nos últimos anos, o cigarro eletrônico, também conhecido como vape, se popularizou rapidamente, especialmente entre os jovens. Coloridos, com aromas adocicados e a promessa de serem “menos nocivos” que os cigarros tradicionais, esses dispositivos escondem um perigo silencioso que tem preocupado médicos e autoridades de saúde no Brasil e no mundo.

Apesar da aparência moderna, o cigarro eletrônico não é inofensivo. Segundo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso do vape pode causar danos severos ao sistema respiratório, cardiovascular e neurológico, além de aumentar o risco de dependência química devido à nicotina concentrada presente nos líquidos.

O que há dentro do cigarro eletrônico

O vape funciona por meio de um líquido aquecido que gera vapor. Esse líquido contém substâncias como nicotina, glicerina, propilenoglicol e aromatizantes químicos. Quando inaladas, essas partículas atingem os pulmões e entram rapidamente na corrente sanguínea.
Pesquisas apontam que o uso contínuo pode provocar inflamações nas vias respiratórias, queda da imunidade pulmonar e até doenças cardiovasculares.

Em 2019, um surto nos Estados Unidos chamou atenção: centenas de pessoas foram hospitalizadas com lesões pulmonares graves relacionadas ao uso de vapes — uma condição conhecida como EVALI (doença pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico).

Proibição e aumento do consumo

No Brasil, a Anvisa mantém proibida desde 2009 a fabricação, importação e comercialização de cigarros eletrônicos. Mesmo assim, o uso tem crescido, impulsionado pela internet e pelo marketing disfarçado nas redes sociais.
Um levantamento do Datafolha revelou que um em cada cinco jovens entre 18 e 24 anos já experimentou ou usa regularmente o vape — um número alarmante.

Consequências para a saúde

Entre os principais riscos do cigarro eletrônico estão:

  • Dependência de nicotina, com sintomas de abstinência e ansiedade;
  • Tosse crônica, falta de ar e irritação nas vias respiratórias;
  • Aumento da pressão arterial e risco de infarto;
  • Danos cerebrais em adolescentes, afetando memória e atenção;
  • Possível risco de câncer, devido à exposição prolongada a metais pesados e compostos tóxicos.

Especialistas alertam

Para o pneumologista Dr. Ricardo Meireles, da Sociedade Brasileira de Pneumologia, “o cigarro eletrônico é um disfarce moderno para o vício antigo. Ele engana o usuário com a falsa ideia de segurança, mas traz os mesmos — e às vezes até piores — riscos que o cigarro comum”.

Como abandonar o uso

Quem deseja parar de usar o cigarro eletrônico deve buscar apoio médico ou psicológico. O SUS oferece programas gratuitos de cessação do tabagismo, com acompanhamento e medicação quando necessário.
Além disso, reduzir o contato com grupos de usuários e substituir o hábito por práticas saudáveis, como exercícios físicos e hidratação constante, ajudam na adaptação.


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