Novas pontes prometem desafogar o trânsito na região leste do DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou um ambicioso projeto de mobilidade urbana que promete transformar o trânsito da região leste de Brasília. Estão previstas duas novas pontes com três faixas em cada direção, voltadas para atender áreas como Lago Sul, Paranoá, Tororó, Altiplano Leste, Jardim Botânico, São Sebastião, Itapoã e Jardins Mangueiral — regiões que hoje enfrentam congestionamentos diários.

Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), o crescimento acelerado desses bairros exige infraestrutura à altura. “Brasília foi projetada para o passado. Agora precisamos olhar para frente, pensar na cidade para as próximas décadas”, afirmou. O investimento estimado nas obras gira em torno de R$ 1,8 bilhão.

Primeira ponte terá faixa exclusiva para ônibus

A Secretaria de Obras será responsável pela construção de uma das estruturas, que ligará a QI 28 do Lago Sul — nas proximidades da Ermida Dom Bosco — à região entre a Academia de Tênis e o Clube de Golfe de Brasília. O projeto será implantado em área pública e incluirá, além das três faixas por sentido, uma ciclovia, calçadas e um corredor exclusivo para ônibus.

De acordo com o secretário de Obras, Valter Casimiro, a ponte foi pensada para comportar uma linha de BRT (Bus Rapid Transit), reforçando o compromisso do governo em ampliar os corredores exclusivos de transporte público. O custo total dessa intervenção está estimado em R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 900 milhões serão direcionados à ponte e R$ 400 milhões aos viadutos, acessos e entroncamentos necessários.

O GDF já iniciou tratativas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil para viabilizar o financiamento da obra. A expectativa é lançar o processo licitatório no segundo semestre de 2025.

Nova estrutura vai substituir travessia improvisada na Barragem do Paranoá

A segunda ponte será construída sob responsabilidade da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) e substituirá a passagem atual sobre a Barragem do Paranoá, que não foi projetada para suportar o volume atual de veículos.

O novo trajeto será estabelecido cerca de 400 metros abaixo da barragem, numa área seca por onde passa um córrego. A ponte fará a ligação entre o balão do Paranoá e a região do Altiplano, sem a necessidade de remover construções ou condomínios, já que o projeto será executado totalmente em terreno público.

Com seis faixas de rolamento (três em cada sentido), além de ciclovia e calçadas, essa ponte terá um custo estimado em R$ 500 milhões, custeado com recursos próprios da Terracap. Hoje, cerca de 5 mil veículos atravessam a barragem nos horários de pico — e o número chega a mais de 50 mil ao longo do dia.

Planejamento viário e preocupação ambiental

A construção das pontes faz parte de um planejamento mais amplo para reestruturar o sistema viário da região leste, que tem vocação para habitações unifamiliares, conforme explicou o presidente da Terracap, Izidio Santos. Ele também ressaltou que os impactos ambientais foram cuidadosamente avaliados.

“Todo projeto público do GDF passa por análise urbanística e licenciamento ambiental. Isso é uma prioridade para garantir que as obras respeitem o meio ambiente e a legislação”, destacou Izidio.

A previsão é de que os editais sejam lançados ainda em 2025 e que as obras sejam concluídas entre dois e três anos após o início da execução.


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