Distrito Federal em alerta para as doenças virais e diarreicas

Uma condição frequentemente negligenciada, associada à baixa umidade e ao aumento das temperaturas nesta época do ano, é o aumento das doenças diarreicas e virais. Tanto os hospitais públicos quanto os privados do Distrito Federal estão registrando um crescimento expressivo desses casos. O Hospital de Brasília informou que a diarreia é atualmente o problema predominante no pronto-socorro, com um aumento de 16% em agosto em comparação a julho. O Grupo Santa Lúcia também notou uma elevação nos últimos 90 dias.

Embora não tenha divulgado números exatos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) identificou um crescimento nas ocorrências nos últimos 60 dias, ressaltando que já era previsto para o período de julho a setembro, quando o calor facilita a disseminação de vírus que causam problemas intestinais. Este ano, dois surtos de doenças diarreicas foram notificados. O primeiro, em abril, afetou 38 pessoas, principalmente crianças entre 2 e 10 anos. Seis amostras de fezes foram coletadas, com resultados negativos para rotavírus e salmonela, mas positivos para a bactéria E. coli. O segundo surto, ocorrido em agosto, atingiu 24 pessoas, a maioria crianças. Duas amostras de fezes foram analisadas, com uma delas negativa e a outra positiva para rotavírus. Ambos os surtos ocorreram em creches.

O clínico geral Arthur Seabra, coordenador da emergência no Hospital Santa Lúcia Sul, explica que o calor acelera a deterioração e a proliferação de bactérias em alimentos, como sanduíches e pizzas, aumentando as chances de contaminação. "Além disso, a falta de higiene adequada das mãos também contribui para a disseminação da doença", acrescenta. Seabra também observa que o clima seco favorece a propagação de vírus no ar, facilitando a dispersão de partículas. "Manter-se hidratado, lavar bem as mãos e consumir alimentos frescos e armazenados corretamente são medidas essenciais", recomenda.

O infectologista André Bon, do Hospital Brasília, alerta que o rotavírus é transmitido por via oral e fecal, por meio de água e alimentos contaminados. Os sintomas incluem febre, dores no corpo e diarreia intensa. Não há um tratamento específico para a infecção, mas a hidratação adequada é fundamental devido aos frequentes episódios de evacuação.

Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome diarreica é caracterizada por pelo menos três episódios de diarreia aguda em 24 horas, com fezes mais líquidas e aumento da frequência das evacuações, podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos, febre e dores abdominais.

Em Valparaíso de Goiás, as doenças diarreicas também têm afetado a população. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), houve um aumento nos casos de Doença Diarreica Aguda (DDA). Na semana epidemiológica de 4 a 10 de agosto, foram registrados 346 casos, subindo para 378 na semana de 11 a 17 de agosto. A maioria dos pacientes afetados tem mais de 10 anos, de acordo com o órgão.

Prevenção

De acordo com as recomendações da SES-DF, as medidas de prevenção de doenças diarreicas incluem assegurar a qualidade da água, o descarte adequado de resíduos e dejetos, o controle de pragas, a manutenção de bons hábitos de higiene pessoal e o correto manuseio dos alimentos. As ações de educação em saúde devem enfatizar a relevância da higiene pessoal, com destaque para a lavagem adequada das mãos, além dos cuidados no preparo e conservação dos alimentos.


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