Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), expressou preocupação e indignação em relação à aprovação de emendas ao Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) pela base governista na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Durante uma audiência pública no Senado Federal, Grass antecipou que o Iphan se oporá especificamente às emendas 3 e 37.
A emenda 37, proposta pelo deputado distrital Thiago Manzoni (PL), permite a instalação de hotéis, apart-hotéis e motéis nas quadras 700 e 900 da Asa Sul e Asa Norte. Por sua vez, a emenda 3, apresentada pelo deputado Hermeto (MDB), destina terrenos remanescentes de parcelamentos anteriores a 1979 para a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), facilitando a venda e ocupação dessas áreas.
Grass expressou sua consternação com a aprovação dessas emendas, enfatizando que tanto o governo quanto os legisladores poderiam ter evitado sua aprovação. Ele destacou que o Iphan fez diversas recomendações ao PPCub, algumas das quais não foram acatadas, e criticou o encaminhamento da proposta de ocupação da área tombada pelo GDF sem seguir as diretrizes federais de preservação.
O presidente do Iphan enfatizou que aguardará a redação final do projeto para posicionar-se tecnicamente, com base nas normativas vigentes e na missão do Iphan de proteger o Conjunto Urbano de Brasília. Além disso, mencionou que o órgão já havia se manifestado contra o aumento da altura de hotéis nos Setores Hoteleiros Norte e Sul em três ocasiões diferentes, conforme revelado anteriormente.
Essas questões refletem uma preocupação contínua com o equilíbrio entre desenvolvimento urbano e preservação do patrimônio histórico e cultural de Brasília, tema central das discussões envolvendo o PPCub.
Política ao Quadrado

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