Um estudo recente revela o que muitos brasileiros endividados já sabem na prática: a falta de dinheiro é o maior impeditivo para renegociar dívidas. Para cerca de 50% dos entrevistados, a escassez de recursos financeiros torna quase impossível fechar novos acordos com credores.
Essa dificuldade se agrava em um cenário já preocupante: a inadimplência no Brasil atingiu 30,5% das famílias, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) — uma marca histórica.
Principais motivos para renegociação frustrada
Além da falta de verba, o estudo destaca outras barreiras frequentes entre os devedores:
- Problemas de saúde: aproximadamente 20% dos endividados apontaram que despesas médicas ou limitações de saúde dificultam a renegociação.
- Entraves administrativos: burocracias e falta de clareza nos processos de negociação também desmotivam os consumidores a buscar acordos vantajosos.
Um cenário de vulnerabilidade crescente
O contexto econômico não favorece. Com juros elevados, inflação persistente e renda limitada, muitos brasileiros ficam sem margem para manobra financeira. Segundo um estudo da FGV/IBRE, quase metade da população adulta (48,5%) já tem mais da metade da renda comprometida com dívidas.
Além disso, muitos não compreendem totalmente como funciona a renegociação: segundo levantamento da Febraban citado pela imprensa, 55% dos brasileiros afirmam ter baixo ou nenhum entendimento sobre educação financeira, o que contribui para decisões desfavoráveis na hora de tratar dívidas.
Por que isso impacta tanto
A resistência à renegociação, mesmo quando deseje a quitação de dívidas, tem efeitos profundos:
- Muitos permanecem inadimplentes porque não conseguem montar um acordo dentro da própria capacidade de pagamento.
- A renegociação frustrada aumenta os custos a longo prazo, já que os valores podem “rolar” e acumular juros mais altos.
- O sentimento de sobrecarga financeira afeta a saúde mental e emocional de famílias inteiras, que vivem sob pressão constante.
Caminhos possíveis para destravar a renegociação
Diante dessa realidade, especialistas e entidades apontam algumas estratégias que podem ajudar os brasileiros endividados:
- Buscar orientação financeira: consultorias de crédito, Procons ou programas públicos podem auxiliar na negociação com credores.
- Educação financeira: investir em informação sobre finanças pessoais ajuda a entender taxas, prazos e a negociar com mais propriedade.
- Priorizar dívidas mais caras: focar em renegociar aquelas com juros mais elevados pode aliviar a pressão no orçamento.
- Planejar a renegociação: antes de negociar, calcular quanto realmente se pode pagar mensalmente, sem comprometer necessidades essenciais.
- Aproveitar plataformas digitais: muitos serviços online permitiram renegociações mais acessíveis, com propostas customizadas para diferentes perfis de devedores.

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