Morre Arlindo Cruz, ícone do samba e alma das rodas cariocas
Brasília, 8 de agosto de 2025 – Foi com profundo pesar que a música brasileira recebeu a notícia da partida de Arlindo Domingos da Cruz Filho, o lendário Arlindo Cruz, aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por sua esposa, Barbara (Babi) Cruz.
Uma batalha de anos
Desde março de 2017, Arlindo enfrentava as severas sequelas de um AVC hemorrágico. Apesar de permanecer longe dos palcos após quase um ano e meio de internação, sua presença continuava viva na cena musical. Nos últimos meses, estava internado para tratar pneumonia e uma infecção causada por bactéria resistente — complicações que o médico assistia enquanto rodeado por sua família.
Legado em acordes e rimas
Arlindo Cruz é amplamente reconhecido como uma das vozes mais autênticas do samba contemporâneo. Integrante do Fundo de Quintal por 12 anos, assumiu o lugar de Jorge Aragão no grupo e ajudou a consolidar o pagode moderno.
Entre seus maiores sucessos, estão clássicos como “O Show Tem Que Continuar”, “Meu Lugar”, “Bagaço da Laranja” e “O Bem” — frequentemente interpretados por nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Maria Rita e muitos outros.
Reconhecimento e prêmios
Foi indicado ao Grammy Latino em diversas ocasiões entre 2008 e 2016 e conquistou o Prêmio da Música Brasileira como “Melhor Cantor de Samba” em 2015. Também acumulou dezenas de prêmios por sambas-enredo para escolas de samba como Império Serrano, Vila Isabel e Grande Rio.
Uma homenagem de Zeca Pagodinho
O sambista Zeca Pagodinho, amigo de longa data, expressou sua tristeza em nota:
“Meu compadre, meu parceiro, meu amigo. Sofreu muito e agora merece descansar um pouco. Vá com Deus, meu compadre.”
Despedida e memória
Arlindo Cruz deixa um legado de mais de 550 canções gravadas, que ecoam em festas, rodas de samba, carnavais e na alma do povo brasileiro. Nos últimos anos, manteve-se presente apenas na memória — porém firmemente como um dos pilares da música popular brasileira.
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