Vape: moda perigosa? Entenda os riscos do cigarro eletrônico

Nos últimos anos, os cigarros eletrônicos — conhecidos como vapes — se tornaram populares, especialmente entre os jovens. Com sabores variados, aparência moderna e a promessa de serem menos prejudiciais do que o cigarro tradicional, eles conquistaram espaço em festas, escolas e até ambientes familiares. Mas afinal, o vape é realmente inofensivo? A resposta curta é: não. E os riscos vão muito além do que parece.

O que é o vape?

O vape é um dispositivo eletrônico que aquece um líquido (geralmente com nicotina, aromatizantes e outras substâncias) até virar vapor, que é inalado pelo usuário. A ideia surgiu como uma alternativa ao cigarro comum, com o apelo de ser "mais seguro" e com menos substâncias tóxicas. Porém, essa percepção tem sido contestada por especialistas em saúde.

Riscos à saúde comprovados

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vape não é isento de danos. Veja alguns riscos já identificados:

1. Dependência química

A maioria dos líquidos usados no vape contém nicotina, substância altamente viciante. Mesmo quem nunca fumou pode desenvolver uma dependência rapidamente, especialmente adolescentes, cujo cérebro ainda está em desenvolvimento.

2. Problemas respiratórios

Estudos associam o uso do vape a inflamações pulmonares, crises de asma, bronquite e até casos graves de lesões pulmonares conhecidas como EVALI (do inglês, E-cigarette or Vaping Use-Associated Lung Injury). Nos EUA, centenas de internações e mortes foram registradas desde 2019 ligadas ao uso de vapes.

3. Riscos cardiovasculares

A nicotina e outras substâncias presentes nos líquidos podem afetar o sistema cardiovascular, elevando o risco de hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

4. Compostos tóxicos

Embora o vapor não contenha alcatrão como o cigarro tradicional, ele pode conter metais pesados (como chumbo e níquel), formaldeído, acetaldeído e outras substâncias cancerígenas.

Um problema crescente entre jovens

Pesquisas mostram que o vape se popularizou entre adolescentes, em parte por causa dos sabores doces, do marketing atrativo e da falsa impressão de segurança. Muitos jovens que nunca fumaram começam a usar vapes e, com o tempo, migram para o cigarro comum — o que especialistas chamam de "porta de entrada" ao tabagismo.

O que diz a legislação?

No Brasil, a Anvisa proíbe a importação, comercialização e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar desde 2009. Mesmo assim, o comércio ilegal de vapes é comum, principalmente pela internet e em lojas informais. Em 2024, a Anvisa manteve essa proibição após revisão técnica, citando os riscos à saúde pública.

Embora vendidos como modernos e "menos nocivos", os vapes apresentam sérios riscos à saúde e podem causar dependência, doenças pulmonares e cardiovasculares. Pais, educadores e profissionais de saúde devem estar atentos ao uso entre os jovens e reforçar a informação: o vape não é seguro.

Se você ou alguém próximo está tentando parar de fumar — seja cigarro ou vape — procure orientação médica. Existem tratamentos eficazes e seguros para ajudar nessa jornada.


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