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| Divulgação/PCDF |
A partir dos depoimentos dos membros da quadrilha, os investigadores descobriram que o empresário Tiago Henrique Nunes de Lima, dono da loja alvo do furto, tentou manipular as investigações, registrando uma quantidade incorreta de armas que teriam sido supostamente roubadas.
Cerca de um mês atrás, a polícia prendeu os seguintes suspeitos: uma mulher de 33 anos, um homem de 68, outro de 35 e um de 39 anos, identificado como Tiago Braga Martins, apontado como o mentor do crime.
O grupo invadiu a loja com a intenção de furtar armas de fogo. Contudo, Tiago Braga informou à polícia que, ao contrário do relatado, não encontrou o arsenal que o empresário Tiago Henrique havia declarado como desaparecido. Posteriormente, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) descobriu que o dono da loja havia vendido os itens de forma ilegal.
A primeira prisão no âmbito da operação foi a da mulher, que teria utilizado documentos falsos para alugar o imóvel ao lado da loja de armas. A quadrilha acessou esse local para abrir um buraco na parede e invadir o estabelecimento vizinho. Em seguida, a polícia prendeu os outros envolvidos.
Os integrantes da quadrilha estão presos há cerca de um mês. “A operação foi conduzida com total sigilo devido ao grande número de envolvidos. Se um soubesse da prisão do outro, a investigação poderia ser comprometida”, afirmou o delegado Tiago Carvalho, diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos.
O delegado também explicou que o mentor do crime é um especialista em delitos contra o patrimônio. “Quando chegamos a ele, tudo se encaixou, porque poucas pessoas no país teriam a capacidade de planejar algo assim. Ele tem antecedentes por crimes como homicídio, posse ilegal de armas, lavagem de dinheiro e roubo, além de ser especialista em arrombamento de cofres”, acrescentou o delegado.
Quando a PCDF identificou Tiago, ele já havia sido preso em Palmas (TO), acusado de arrombar uma joalheria. “Durante o interrogatório, ele confessou ser o autor do plano e que realmente invadiu a loja no DF, mas afirmou que, para sua surpresa, não encontrou as armas.”
Com base nessas informações, a Polícia Civil começou a investigar a possibilidade de o dono da loja ter registrado um falso crime. A investigação revelou que o empresário havia vendido ilegalmente armas e munições antes de denunciar o furto. Tiago Henrique relatou à polícia que 76 armas haviam sido roubadas.
“Temos imagens que mostram o grupo saindo da loja com um objeto não identificado. Acreditamos que eles levaram alguns itens, mas não tudo o que foi relatado pelo empresário. Com base na análise das câmeras de segurança, conseguimos provar que seria impossível transportar 76 armas e 2,5 mil munições em um curto período”, afirmou o delegado.
O empresário foi preso por fraude processual e envolvimento no comércio ilegal de armas, com sua prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (19/8). Na operação, a polícia cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e recolheu 69 armas, munições e acessórios para evitar que fossem vendidos ilegalmente.
Até o momento, a polícia não encontrou ligação entre os criminosos que invadiram a loja e o empresário. A quadrilha ainda responderá por crimes como falsificação de documentos, uso de documentos falsos, furto qualificado, comércio ilegal de armas e associação criminosa, com penas que variam de 1 a 12 anos de prisão.
Política ao Quadrado

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