No primeiro semestre de 2024, o Distrito Federal registrou 130 mortes atribuídas ao consumo excessivo de álcool, segundo informações do Ministério da Saúde. Esse número representa 1,7% das mortes relacionadas ao álcool em todo o país neste ano. Embora seja a segunda unidade da Federação com mais casos no Centro-Oeste, atrás apenas de Goiás com 330 óbitos, o DF ocupa a 18ª posição entre os estados brasileiros. É importante destacar que esses índices estão sujeitos a variações.
Com base no último Censo Demográfico do IBGE de 2022, o Distrito Federal possui uma população de 2.817.068 habitantes. Assim, as 130 mortes por consumo excessivo de álcool representam 0,13% da população, quando considerado o recorte por 100 mil habitantes.
O médico psiquiatra Leonardo da Cruz sublinha que o alcoolismo é uma doença silenciosa e de progressão lenta, ressaltando a evitabilidade do problema. Ele destaca que a maioria das vítimas são homens jovens de 20 a 39 anos e pessoas vulneráveis, com a taxa de mortalidade sendo significativamente maior entre os homens em comparação com as mulheres, quase seis vezes superior.
Leonardo também alerta para as diversas consequências negativas do consumo excessivo de álcool, que incluem prejuízos no trabalho, nos estudos, perda de oportunidades sociais, além do agravamento de transtornos psiquiátricos como depressão e transtorno bipolar, e maior exposição a acidentes e violências.
Quanto às políticas públicas, desde 2021, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) implementa o programa Acolhe DF, oferecendo suporte psicológico, social e de saúde para indivíduos e familiares afetados pelo uso de álcool e outras drogas. A iniciativa inclui atendimento individualizado e disponibiliza vagas em comunidades terapêuticas para acolhimento voluntário.
A Secretaria de Saúde do DF recomenda que aqueles que precisam de ajuda busquem uma das 175 Unidades Básicas de Saúde espalhadas pela região, onde podem receber acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e participar de atividades como terapia comunitária e yoga, além de receber medicação e acompanhamento para outras condições de saúde decorrentes do abuso de álcool.
A abordagem da pasta inclui ações preventivas, atenção integral à saúde, vigilância em saúde, prevenção de doenças e educação contínua.
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