Após contribuir para aumentar ainda mais as temperaturas globais e influenciar a ocorrência de eventos climáticos extremos, como as chuvas intensas no Sul do Brasil, a temporada do fenômeno climático El Niño está chegando ao fim.
Dados divulgados pela OMM (Organização Meteorológica Mundial), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), mostram uma rápida desaceleração do El Niño.
A organização prevê que nos próximos meses o La Niña possa ocorrer, com uma probabilidade inicial de 50% entre junho e agosto, aumentando para 70% entre agosto e novembro.
Em várias regiões, especialmente nos trópicos, o La Niña tem efeitos climáticos opostos aos do El Niño.
No entanto, o término do El Niño não significa um alívio no aquecimento global, já que o aumento contínuo das temperaturas globais é principalmente causado pela acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera.
Mesmo com a influência do La Niña desde 2020 até o início de 2023, os últimos nove anos foram alguns dos mais quentes já registrados.
O ano passado foi declarado pela OMM e outras entidades de pesquisa como o mais quente da história, impulsionado pelo pico do El Niño em dezembro. Apesar da desaceleração do fenômeno, 2024 continuou a registrar temperaturas elevadas.
De acordo com o observatório Copernicus da Agência Espacial Europeia, abril de 2024 teve as temperaturas mais altas já registradas para esse mês, com uma média global de 15,03°C, 0,14°C acima do recorde anterior de 2016.
Ko Barrett, secretário-geral adjunto da OMM, enfatizou que o fim do El Niño não representa uma pausa nas mudanças climáticas de longo prazo, devido ao aquecimento contínuo do planeta devido aos gases de efeito estufa.
Ele também alertou para as temperaturas excepcionalmente altas da superfície do mar, que continuarão a desempenhar um papel crucial nos próximos meses.
Enquanto o El Niño aquece anormalmente as águas do Pacífico, o La Niña causa um resfriamento, desencadeando mudanças nos padrões de vento atmosférico que afetam diversas regiões ao redor do mundo, incluindo alterações nas precipitações.
As previsões da OMM para o La Niña indicam chuvas acima da média em partes da América do Sul, América Central, Caribe, Norte do Grande Chifre da África, Sahel, Sudoeste da Ásia e Centro do Continente Marítimo, embora haja incerteza quanto à intensidade e duração do fenômeno.
O Cemaden, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê impactos variados do La Niña no Brasil, como chuvas acima da média no extremo Norte e entre Minas Gerais e Bahia, enquanto o Sul pode ter precipitações abaixo da média na primavera, com temperaturas mais baixas.
As previsões ainda são preliminares, conforme destacam tanto o Cemaden quanto a OMM, enquanto os efeitos das mudanças climáticas continuam a intensificar os eventos climáticos extremos em todo o mundo.
Política ao Quadrado

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